De acordo com o órgão, o pagamento começará a ser depositado, seguindo o calendário de pagamentos dos benefícios previdenciários do mês de agosto, para os segurados que recebem até um salário mínimo e possuem cartão com final 1, desconsiderando-se o dígito. Quem ganha acima do mínimo começa a receber a partir do dia 1º de setembro.
A segunda parte do abono será creditada na folha de novembro e o desconto do Imposto de Renda, se for o caso, incidirá somente sobre a segunda parcela da gratificação.
A notícia, dada após reunião sobre a reforma da previdência com representantes das centrais sindicais e dos patrões, foi comemorada pelo deputado Paulinho da Força Sindical.
— A boa notícia é o pagamento do 13º dos aposentados. É algo a comemorar — disse Paulinho.
REFORMA ATÉ O FIM DO ANO
Depois de mais uma reunião para discutir a reforma da Previdência e duas semanas a mais do que o previsto para enviar a matéria ao Congresso, o Planalto resolveu criar outro grupo de trabalho, mais enxuto, e deixou de se comprometer com o fim das negociações, estipulando prazo até o fim do ano para votação.
A partir de agora, o grupo será menor: governo, empregados – representados pelo Dieese – e empresários, ainda sem emissário definido. Criada nos primeiros dias do governo interino, em 16 de maio, a comissão reuniu centrais sindicais – à exceção da CUT, que recusou-se a dialogar – e membros da equipe econômica, e foi coordenado pela Casa Civil. Padilha havia cravado 30 dias para enviar a reforma ao Congresso.
Enquanto o governo falava em uma reforma estruturante, os sindicalistas pediam que primeiro fosse consertado o "buraco" da Previdência com ações como venda de imóveis ociosos, regulamentação dos jogos de azar e destinação de receitas para o sistema, a criação de um Refis (programa de parcelamento de dívidas) para recuperar R$ 236 bilhões de dívidas ativas com a Previdência e o fim de isenções para filantrópicas.
'O DIAGNÓSTICO ESTÁ DADO'
As centrais chegaram a ser assessoradas pelo Dieese antes de enviar uma proposta à Casa Civil. Eles também enviaram ao Planalto um documento dizendo que não abririam mão de direitos conquistados.
— Quando a gente quer rapidez, faz um grupo menor — diz o ministro da Casa Civil, que agora só fala que a meta é ter as reformas previdenciária e trabalhista aprovadas "até o fim do ano".
Em maio, ele dizia que enviaria em julho, e que o consenso com as centrais viria em junho.
— O desafio é garantir que nossos filhos e netos tenham a garantia da Previdência Social. No ritmo em que nós vamos indo, não terão — completou Padilha.
Marcelo Freitas, assessor especial da Casa Civil, afirma que os principais pontos de discórdia até agora são a idade mínima e a desvinculação da aposentadoria ao salário mínimo. Enquanto os empregadores são favoráveis a esses pontos, as centrais não os aceitam.
— O grupo que começa a trata na próxima semana tem outro foco. O diagnóstico está dado — afirma Freitas.
Fonte e Fotos : O Globo