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Cuidados para a sua viagem de carro no carnaval

Se você vai aproveitar o carnaval para viajar com a família, aqui você encontra tudo o que você precisa saber antes de colocar as rodas na estrada. 

Afinal, poucas coisas são mais mais frustrantes do que ver a viagem se transformar em um verdadeiro pesadelo.

Pesquisa feita na internet fizeram nossa redação buscar o site mais especializado no assunto, o site 4 rodas e as dicas mostram coisas fundamentais, como a revisão do carro antes da viagem ou os cuidados com a bagagem, até itens que visam facilitar a sua vida e tornar o trajeto ainda mais agradável. 

E, para quem acha que tanto cuidado é exagero, nossos equipe vai mostrar que não. Boa leitura e boa viagem! Se beber não dirija. Bom carnaval..

REVISÃO DO CARRO
É hora de planejar roteiros e despesas para curtir um momento de lazer sem preocupações. Mas para evitar riscos ou inconvenientes durante o trajeto da viagem, é importante que seu automóvel esteja em ordem.

O Guia 4 rodas, em seu site preparou uma lista de itens importantes a serem checados antes de cair na estrada, mesmo para quem segue a rotina de manutenção recomendada pela fábrica. Contudo, atente ao tempo: 

A revisão.
Não deve ser feita na véspera, já que se houver necessidade de substituição de alguma peça, muitas vezes é impossível fazer isso de um dia para o outro. 

Confira:Pneus
Não se esqueça de incluir o estepe na inspeção. No caso de haver uma ou mais bolhas, substitua imediatamente a unidade: é um indicativo de dano estrutural irreversível na carcaça, havendo sérios riscos de explosão, principalmente na estrada – onde o pneu é exposto a uma temperatura maior, elevando sua pressão interna.

Desgaste irregular na banda de rodagem é um indicativo de desalinhamento da suspensão, ou de uso de pressão inadequada no pneu por longos períodos. De acordo com a Resolução 558/80 do Código Nacional de Trânsito, os sulcos devem ter no mínimo 1,6mm de profundidade. É pouco se comparado a um pneu novo, com 8mm em média. Eles são vitais para a correta drenagem na banda de rodagem no caso de chuva, prevenindo a temida aquaplanagem.

Cheque a pressão de todos os pneus, e atente à quantidade de passageiros e bagagem que o carro irá carregar, pois quase todos os modelos exigem pressões diferentes para esta condição.

Rodas
Em rodas de ferro, procure amassados. Se a pressão de um pneu estiver mais baixa que os demais, é provável que a roda esteja amassada, permitindo a fuga de ar. O reparo é simples e pode ser feito por um bom borracheiro. Em rodas de liga, atente a quebras e trincas. Dependendo do caso, sua substituição pode ser necessária.

Triângulo, macaco e chave de roda
Não confira apenas se os itens estão no carro. Faça uma checagem de funcionamento: um triângulo com a haste de apoio quebrada não serve pra nada, por exemplo.

Alinhamento da suspensão e balanceamento das rodas
Muitas vezes são deixados de lado. O pior é que seus sintomas costumam aparecer somente em velocidades mais altas: vibrações ao volante, no caso de uma roda desbalanceada; ou direção desalinhada (o carro puxa para um dos lados), no caso de alinhamento fora das especificações de fábrica – que pode ocorrer quando o carro acerta um buraco ou a calçada.

Barulhos na suspensão
Rangidos, batidas secas ou ruídos que se assemelham a algo frouxo devem ser averiguados na autorizada. As condições de nosso pavimento podem levar a um desgaste de partes da suspensão antes do prazo previsto na revisão.

Fluidos
Na estrada, o motor é submetido a um esforço maior que no ciclo urbano. Por isso, é importante checar o nível, a validade de todos os fluidos e seus respectivos filtros, bem como a presença de vazamentos: líquido de arrefecimento, óleo do motor e transmissão, fluido de freio, direção hidráulica e embreagem, e nível do combustível do reservatório de partida a frio (carros flex). Se o prazo de troca de filtros e fluidos estiver próximo, não há mal em adiantá-lo.

Sistema elétrico
Confira se as lanternas, faróis e piscas estão funcionando corretamente. Substituir uma lâmpada queimada é algo rápido, e pode prevenir um acidente.

Sistema de limpeza dos vidros
Além do funcionamento dos limpadores e desembaçadores, confira o nível do reservatório de limpeza e o estado das palhetas. Se estiverem ressecadas, não farão o escoamento adequado da água. No dia da viagem, limpe bem os vidros: a sujeira reflete luz e dificulta a visão. Em carros sem ar-condicionado, não é má idéia levar um pano de algodão e um spray anti-embaçante. Na chuva farão grande diferença.

Outros itens
No caso de você não ter seguido as revisões por um motivo ou outro, confira também o estado destas peças, seja na concessionária ou em uma oficina especializada. São itens que podem estar funcionando aparentemente bem, mas que poderão apresentar falhas ao serem submetidos ao esforço maior do uso rodoviário: Sistema de ignição e injeção, molas e amortecedores, rolamentos de roda, pastilhas de freio, coifas e juntas homocinéticas e a correia dentada do motor, bem como seus respectivos rolamentos.

BAGAGEM
Manter a visibilidade em toda a área envidraçada é apenas o primeiro dos cuidados que o motorista precisa tomar com a bagagem no veículo. Algumas situações podem colocar em risco os ocupantes do automóvel e exigem precauções, mesmo que não causem infrações ao código de trânsito. Confira a lista, e não deixe que sua bagagem vire uma mala sem alça.

Perigo à solta
No caso de um acidente, todos os objetos soltos dentro do carro serão arremessados pela inércia, multiplicando o seu peso. Nessa situação, malas e recipientes carregados representam um grande risco aos ocupantes, ainda que eles estejam utilizando cinto de segurança, principalmente em impactos fortes ou capotagens. Coloque no porta-malas tudo o que puder, e não dispense a tampa que isola o compartimento.

Contudo, não subestime os objetos pequenos e leves: um simples estojo de óculos largado sobre o painel pode ser o causador de uma catástrofe. Basta que ele caia no assoalho, próximo aos pedais do motorista – dificultando ou impedindo o acionamento dos mesmos.

Peso pesado
Ao carregar vários passageiros e suas respectivas bagagens, o motorista precisa ficar atento. Nesta condição, a calibragem dos pneus recomendada pela fábrica é diferente, e deve ser checada no manual do proprietário. Dependendo do peso carregado, vale a pena conferir o índice de capacidade de carga dos pneus, que está gravada nas laterais dos mesmos, ao lado do código de velocidade.

Não se esqueça de fazer a calibragem com os pneus ainda frios, nos primeiros quilômetros após sair de casa. Com o aumento da temperatura da carcaça o ar se expande, causando um aumento de pressão que levará a uma calibragem incorreta.

Com muita carga, a atitude ao volante também deve sofrer mudanças: um grupo de cinco adultos representa quase 50% do peso de um compacto de entrada. O potencial de aceleração, frenagem e contorno de curvas é reduzido drasticamente, requerendo maior planejamento nas manobras de ultrapassagem e atenção triplicada nas descidas de serra.

FORA DO PAÍS
O avião pode ser mais rápido, mas nada oferece a chance de conhecer novos lugares e pessoas como viajar de carro, sem falar da praticidade de estar livre de horários de voo ou espera no aeroporto. Quando o assunto é dirigir lá fora, em especial nos países vizinhos, o futuro viajante tem de se preparar para outro desafio: a burocracia.

Para começar, há exigências que devem ser seguidas para ir aos países do Mercosul (Paraguai, Argentina e Uruguai). A primeira delas é a obtenção da Carta Verde, uma espécie de seguro obrigatório para cobertura de danos a pessoas que estejam fora do carro, como pedestres ou ocupantes de outros veículos. Um estrangeiro com um carro registrado no Brasil não pode rodar nesses países sem esse documento, sob risco de ter o carro retido numa blitz. Essa carta é algo que pode ser obtido com um corretor de seguros ou em qualquer agência do Banco do Brasil. O custo da carta depende do tempo que se vai passar no exterior. Ela pode ser contratada por prazos de três a 30 dias, ao custo de 48 a 378 dólares.

O cuidado seguinte é com a documentação do motorista e do carro. Se o veículo estiver no nome do motorista, basta portar o CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo) original. Se o carro for de outra pessoa, é preciso levar uma autorização do proprietário, registrada em cartório e com firma reconhecida ? pode ser em português mesmo. Isso inclui o banco ou a financeira a que o automóvel estiver alienado. Sem isso, pode haver problemas para cruzar a fronteira. Para conseguir a autorização, é preciso consultar a financeira de seu veículo.

O próximo passo é verificar se os documentos dos ocupantes também estão regularizados. Para ir aos países vizinhos do Brasil que pertencem ao Mercosul, não é necessário levar o passaporte. Basta a carteira de identidade, mas tem de ser o documento original. Carteira de motorista, mesmo com foto, também não serve como identidade, mas é exigida para provar que quem está atrás do volante é realmente habilitado. Já países que não pertençam ao Mercosul ? caso do Chile, destino tão comum aos brasileiros motorizados exigem passaporte.

Triângulos e mortalhas
Estando toda a papelada em ordem, é preciso saber se o carro também está. E não só com relação aos equipamentos exigidos no Brasil, como faróis e lanternas em bom estado, placa legível e presença de estepe, macaco, chave de roda e triângulo. Na Argentina, por exemplo, exige-se um extintor de incêndio e pelo menos dois triângulos. Essa é a interpretação que se dá à lei que disciplina o trânsito na província de Buenos Aires. Ela menciona apenas a necessidade de "balizas" (os triângulos), o que pressupõe que o carro deve ter mais de um.

Dicas de motoristas profissionais e sites de viagens falam de exigências mais polêmicas, como um kit de primeiros socorros, um cambão rígido de 3 metros (para o reboque de outros veículos), dois estepes, correntes para os pneus (em lugares onde neva) e até duas mortalhas, lençóis brancos para cobrir eventuais vítimas de acidentes. Apesar de a polícia argentina poder cobrar que esses itens estejam nos carros, não há lei argentina que sustente sua necessidade. Viajantes que costumam ir ao país dizem que tudo não passa de desculpa para pedir um regalito. Infelizmente, há vários relatos de viajantes dizendo que não é raro haver algum policial pedindo algum tipo de propina.

Um cuidado que vale tomar é com vidros com película de escurecimento. Diz a lei argentina que a transparência deve ser suficiente para reconhecer os ocupantes a curta distância. Assim, quem tiver um carro "fechado no filme", ou seja, com os vidros totalmente escurecidos, corre o risco de ser frequentemente abordado pela polícia argentina e multado. No Uruguai a legislação é mais parecida com a brasileira e não se ouvem tantos casos de policiais pedindo equipamentos incomuns para "liberar" ninguém.

Carteira internacional
Na maioria dos países, em especial os do Mercosul, só é necessária nossa Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Mas há países, como a Colômbia, que preferem que o motorista porte a Permissão Internacional para Dirigir, ou PID, válida em todos os países signatários da Convenção de Viena. Essa permissão também é indicada para quem vai viajar para mais longe, como os Estados Unidos e países europeus, ainda que nem todos eles a exijam. A principal função da PID é servir como uma tradução da carteira de habilitação. Tanto que o uso da permissão não elimina a necessidade de apresentar, também, a CNH.

Antigamente emitida por entidades como o Touring Club do Brasil, a PID agora é emitida apenas pelo próprio Detran de cada estado. O custo da PID é de 174,35 reais no órgão de São Paulo e sua expedição demora cinco dias úteis. Em caso de dúvidas sobre documentação, é sempre bom pedir informações ao consulado ou embaixada do país de destino.

Dieta do motor
Sempre haverá o receio de como o carro vai reagir em um país estranho, onde o tipo de clima e o combustível são diferentes do Brasil. 

"Em lugares muito frios, é preciso fazer uma mistura de etilenoglicol em uma proporção de pelo menos 50% em relação ao total de água que cabe no sistema de arrefecimento. Isso evita congelamento e danos ao motor. Também existe um aditivo à base de etilenoglicol para o esguicho do limpador de para-brisa", diz Waldemar Christofoletti, colaborador do Comitê de Veículos de Passeio da SAE Brasil, entidade que reúne os engenheiros automotivos.

Quanto ao combustível, vale lembrar que não há distribuição de álcool nos países do Mercosul. A gasolina, por sua vez, é dividida em três tipos: regular, com 87 octanas, super, com 95 octanas, e premium, com 99 octanas (no Brasil, a comum e a aditivada têm 95 octanas, a premium, 98 e a Podium,102). 

"Podem ocorrer duas coisas. Se você comprar gasolina regular, pode haver batida de pino, a chamada detonação. Se a gasolina for a premium, pode acontecer de acender uma luz amarela no painel, indicando mistura rica", diz Christofoletti. Como regra geral, para carros flex, a gasolina indicada é a premium. Veículos com injeção mais antiga se dão melhor com a super.

SONO
O depoimento é do engenheiro de produção Edson Seiji Akasaka, 53 anos, casado, três filhos, que escapou de uma tragédia. Durante a entrevista, ele repetiu a palavra sorte mais de uma vez. E relatou a experiência com alguma leveza, intercalada com a seriedade de quem passou por um susto muito grande.

No dia do acidente, Edson assumiu uma atitude tão perigosa quanto comum à maioria dos motoristas. Ao sentir sono ao volante, em vez de parar para dormir, o engenheiro achou que poderia enfrentar o percurso. Para piorar a situação, fazia muito tempo que ele estava acordado. Depois de 19 horas de privação de sono há diminuição de desempenho equivalente à observada em indivíduos com teor alcoólico no sangue de 0,70 g/l (aproximadamente igual a seis copos de cerveja ou três de vinho para um homem de 90 kg), segundo dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O sono dá pistas de que está chegando: a pessoa se torna mais irritada que o normal e há quem fique quieto ou bastante agitado. Outros sintomas de sonolência são distúrbios visuais, bocejos seguidos, dificuldade em se manter alerta e concentrado em tarefas.

Estatísticas mundiais mostram que entre 26% e 32% dos acidentes de trânsito são provocados por motoristas que dormem na direção. Eles são responsáveis por índices entre 17% e 19% das mortes no local do acidente, de acordo com Marco Túlio de Mello, coordenador do Centro de Estudo Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes da Unifesp e chefe da disciplina Medicina e Biologia do Sono. Os números foram obtidos em pesquisa da Universidade de Gênova, na Itália, já que no Brasil não há dados sobre o assunto. “Motoristas com distúrbios do sono correm duas a três vezes mais riscos de se envolver em acidentes. Quando tratados, a redução é de 70%”, afirma Mello.

No Brasil, mais de 50 mil pessoas morrem em acidentes de trânsito a cada ano. Dados da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) indicam que nos Estados Unidos ocorrem anualmente cerca de 100.000 acidentes, sendo 1550 fatais, apenas em decorrência de motoristas que dormem ao volante. Pesquisas da Austrália, Inglaterra, Finlândia e de países da Europa apontam o sono ao volante como causa de 10% a 30% dos acidentes.

O risco de acidentes aumenta não no horário de maior trânsito, mas naquele em que o ser humano tem um declínio na temperatura corporal, afirma Marco Mello, da Unifesp. Isso ocorre entre 12h30 e 14h e das 22h às 6 da manhã, sendo que o período crítico fica entre 3h30 e 5h30. “Com a temperatura corporal baixa, começamos a liberar melatonina, que induz ao sono.”

Embalo
Para não sentir sono ao volante, o ideal é dormir de maneira regular e habitual, afirma o diretor do Departamento de Sono da Associação Brasileira de Medicina no Trânsito (Abramet), Ademir Baptista Silva. “O próprio ato de dirigir pode ser monótono: pistas unidirecionais e o conforto do carro ajudam a embalar o motorista”, diz. Quem está sem dormir sente isso ao parar. “A falta de sono é cumulativa e, dependendo do caso, é preciso até um mês para colocá-lo em dia. Toda vez que o sono é inibido, ao lavar o rosto ou tomar um café, ele volta”, afirma Silva. A única solução é parar de dirigir.

Se você se identificou com o tema, tem dormido pouco e precisa enfrentar estradas, o diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (InCor), Geraldo Lorenzi Filho, recomenda: “Coloque um despertador para os próximos 15 minutos, quando decidir descansar. Não pode dormir mais do que isso, ou vai entrar em sono profundo e isso atrapalha muito. O motorista pode acordar com um pouco de tontura. Após o cochilo, saia do carro, lave o rosto e tome um café”, diz, apenas como paliativo. “Também é bom investigar se tem apnéia, que fragmenta o sono, principalmente dos homens entre 30 e 60 anos.

A Qualidade do sono
Com base nos estudos do Instituto do Sono da Unifesp, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou em fevereiro de 2008 a resolução 267, que determina a inclusão de exame de distúrbios do sono no processo de habilitação de motoristas das categorias C (caminhão), D (ônibus) e E (carreta).

De acordo com Marco Mello, que participou do estudo encaminhado ao governo, seria impraticável exigir que todos os motoristas brasileiros, ao tirar ou renovar a carteira nacional de habilitação (CNH), passassem pela avaliação quanto à Síndrome de Apnéia Obstrutiva do Sono (Saos). “No Brasil não há muitos locais para a realização do exame de polissonografia, que investiga o problema.” A critério médico, o candidato poderá ser aprovado temporariamente ou ser encaminhado para avaliação médica específica e realização de polissonografia. “Nas grandes capitais, esse exame é coberto pelo SUS [Sistema Único de Saúde] e pelos planos de saúde.

A nossa expectativa é que 10% dos motoristas que renovam anualmente a habilitação tenham de realizar o exame. Se for detectada a tendência ao distúrbio, ele pode receber uma carteira provisória e fazer tratamento para depois obter a definitiva.”

TESTE DO SONO
Estudos mostram que, depois de 19 horas acordado, o motorista tem o desempenho comprometido. Para comprovar isso na prática, convidamos a fisioterapeuta Flávia Baggio Nerbass, 26 anos. Usamos um simulador de direção defensiva que pertence ao instrutor Luiz Fonseca, que trabalha há 32 anos ministrando cursos sobre o tema. Também tivemos a colaboração do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (InCor), que emprestou o Psychomotor Vigilance Test (PVT) – um aparelho que mede a reação simples a um estímulo visual. Flávia dirigiu no simulador antes e depois do plantão de 12 horas em um hospital de São Paulo e fez o teste com o PVT, de duração de 10 minutos, com mais de 160 estímulos visuais. Ele mostra quanto tempo uma pessoa leva para reagir à mesma tarefa.

Percurso (duração de 5 minutos)

Flávia passou por dez semáforos, dez cruzamentos, seis conversões à esquerda e duas à direita. A velocidade média do trecho é de 35 milhas/h (56 km/h) e 30 milhas/h (48 km/h). O software é americano e, segundo Luiz Fonseca, baseado em velocidades usuais em acidentes de trânsito.

Ranking de erros antes do plantão (dia 1º, às 17h35)

Não checou o espelho para sair com o carro (perdeu 8 pontos). Não sinalizou para trocar de faixa (perdeu 5 pontos).

Ranking de erros depois de 19 horas acordada (dia 2, às 7h50)

Flávia quis ser cuidadosa ao parar em um semáforo, mas a tática não deu certo e ela passou no momento em que o sinal fechava (perdeu 30 pontos). Passou pelo cruzamento em velocidade alta (advertência). Não sinalizou adequadamente para trocar de faixa (perdeu 5 pontos). Parou o carro em cima da faixade pedestre (menos 8 pontos).

Dificuldades

No primeiro dia que fez o teste,às 17h35 do dia 1º de julho, Flávia fez a simulação para efeito de aprendizado. Ela se saiu bem (veja ranking). No segundo dia, às 7h50, após trabalhar, ela começou dirigindo com tranqüilidade, mas, apesar de estar 19 horas acordada, estava atenta: sabia que era avaliada e dobrou a atenção. “Meu pé está mais pesado”, disse, acelerando mais. “Aqui estou dirigindo em um computador, mas não me sentiria segura para pegar uma estrada. Estou com sono.”Ela quase não conseguiu frear ao avistar a placa de “Pare”. Em um cruzamento, quase parou em cima da faixa. No fim do percurso,a atitude mais perigosa: trocou de faixa como se estivesse bêbada.

Teste de reação

Flávia fez o teste do PVT no dia 1º às 17h19. Respondeu a 179 testes de estímulo e teve três lapsos. No dia seguinte, após o plantão, passou pela mesma avaliação, mas com 161 testes válidos, e teve 110 lapsos. A média de tempo para responder ao estímulo dobrou. “Ela deixou de reagir a um estímulo quando deveria. Significa que o risco de sofrer acidentes era muito maior e que ela estava sonolenta o suficiente para bater o carro. A privação de sono fez com que Flávia tivesse uma piora significativa e o desempenho é semelhante ao de uma pessoa bêbada”, disse Cláudia Moreno, da Faculdade de Saúde Pública, que analisou o teste.

ESCALA DE SONOLENCIA

Este questionário é usado para a obtenção de CNH categorias C, D e E. Quer ver como está seu grau de sonolência? Então responda: qual é a probabilidade de você cochilar ou adormecer nas situações a seguir,em contraste com estar se sentindo simplesmente cansado? Aindaque você não tenha feito, ou passado por nenhuma dessas situações, tente calcular como poderiam afetá-lo. Use a escala abaixo para escolher o número mais apropriado para cada situação:

0 = nenhuma chance de cochilar

1 = pequena chance de cochilar

2 = moderada chance de cochilar

3 = alta chance de cochilar



Sentado(a) e lendo ( )

Assistindo à TV ( )

Sentado(a) em lugar público(ex.: sala de espera) ( )

Como passageiro(a) de trem,carro ou ônibus, andandouma hora sem parar ( )

Sentado(a) e conversandocom alguém ( )

Deitando-se para descansarà tarde, quando ascircunstâncias permitem ( )

Sentado(a) calmamente apóso almoço sem álcool ( )

Se você tiver carro, enquantopára por alguns minutos emvirtude de trânsito intenso ( )

Total ( )


RESULTADOS

0-6 pontos não apresenta sonolência excessiva. O sono é de boa qualidade e com duração suficiente para sua restauração física.

7-10 pontos pode apresentar sonolência caso ronque ou não durma bem. A pontuação indica situação-limite entre apresentar ou não sonolência excessiva.

11-14 pontos indica sonolência leve. As causas mais comuns são o sono com duração e qualidade insuficientes e problemas respiratórios, como o ronco e as apnéias.

15-19 pontos sonolência moderada. As causas mais comuns são as apnéias do sono.

Mais de 19 pontos sonolência grave. Existe risco de acidentes, portanto, recomenda-se não dirigir ou operar máquinas e não ingerir álcool ou sedativos.




Cuidado, atenção em tudo e boa viagem


Fonte : 4 Rodas
Fotos : 1,2 e 3 - Guia 4 Rodas
Foto   : 4 - Cristian Castanho