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Dima informa que será a maior oposição que o Brasil já teve

Quase três horas após o fim do julgamento do processo de impeachment, o ex-vice-presidente e até então presidente interino Michel Temer (PMDB) tomou posse de forma definitiva da Presidência da República na tarde desta quarta-feira (31) em cerimônia no Congresso Nacional.

Em sua primeira fala após assumir em definitivo a presidência, Michel Temer colocou a geração de empregos como primeira tarefa de seu mandato. Segundo ele, o momento é de "colocar o Brasil nos trilhos em todas as áreas". Temer cobrou dos ministros a criação de grupos para "desburocratizar" a ação das pastas. O novo presidente afirmou também que sua "fórmula de governar é da descentralização da ação, sem abrir mão da centralização da decisão". Temer, que não discursou no Congresso, falou em reunião ministerial no Planalto logo após a posse.

O presidente também pediu aos ministros que ajudem a aprovar projetos do ajuste fiscal. "A reforma do teto de gastos é fundamental para o país. Às vezes mal compreendida", disse. O presidente também pediu que comunicação do governo faça uma publicidade da reforma da Previdência para que a população a entenda. Ele diz que irá reunir as bancadas dos partidos uma a uma para esclarecer dúvidas e sensibilizar para aprovar o teto dos gastos e a reforma da previdência.

Além disso, Temer pediu que os ministros façam reuniões de bancadas com seus partidos para falar sobre a importância das medidas do governo. "Não é um partido que está no poder e que despreza os demais. Ao contrário."

Temer chegou ao Congresso acompanhado de aliados, dos presidentes das duas casas legislativas, Renan Calheiros (PMDB-AL), do Senado, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara, e do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. No caminho até o plenário do Senado, ouviu-se alguns gritos de "presidente Temer".

Renan abriu a sessão e, em seguida, foi executado o Hino Nacional. Temer prestou juramento constitucional e tornou-se efetivamente presidente.

Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a União, a integridade e a independência do Brasil

Michel Temer, ao ser empossado presidente

Renan declarou Temer empossado pelo período de "31 de agosto a 31 de dezembro de 2018".

A cerimônia foi rápida, durou 12 minutos, e não houve discurso do presidente.

Ao final da cerimônia, Renan disse a Temer "estamos juntos", em áudio vazado pelas câmeras de TV. Renan votou a favor do impeachment horas antes.

A reportagem do UOL não identificou entre os presentes parlamentares que foram contrários ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), que ocorreu quase nove meses depois do início do processo de afastamento. Temer passou pouco mais de três meses como presidente interino.

Temer foi recebido com bastante assédio no plenário do Senado. Diversos deputados e senadores fizeram fotos e selfies com ele. Entre os que optaram pela selfie, estava a deputada Raquel Muniz (PSC-MG). Houve gritos de "viva o novo Brasil", "viva a esperança" e "viva o Parlamento" por parte dos parlamentares que acompanhavam a sessão, que lotou o pequeno plenário do Senado.

A divisória de vidro que separa a Câmara dos Deputados e o Senado foi quebrada durante a chegada dele ao Congresso Nacional. Segundo assessores do Senado, o grande número de pessoas tentando passar de uma casa para a outra causou a quebra da divisória. Ainda segundo o Senado, não houve feridos.

Na saída de Temer do Congresso, também houve tumulto, mas sem registro de feridos. Ele deixou o Congresso sem falar com os jornalistas.

Entre os políticos que acompanharam Temer na sessão, estava Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento. Jucá afirmou ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado ser preciso mudar o governo para "estancar a sangria" da Lava Jato e impedir o avanço das investigações, e acabou deixando o governo quando os áudios da conversa vazaram.

Para a cerimônia, fizeram parte da Mesa do Congresso que deu posse a Temer, além de Renan, Lewandowski e Maia (DEM-RJ), o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), Jucá (que é 2º vice-presidente do Senado), o primeiro secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP) e a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP). O 1º vice-presidente, Jorge Viana, que é do PT, não compareceu à sessão.

Hoje mais cedo, 61 senadores votaram pela condenação de Dilma pelo crime de responsabilidade, cassando o seu mandato. Vinte parlamentares foram contrários.


Temer assina notificação que o torna presidente efetivo
A ex-presidente foi cassada, mas manteve o direito de ocupar cargos públicos.Isso porque não houve votos suficientes --ao menos dois terços-- para torná-la inabilitada politicamente. Em uma votação realizada logo em seguida, 42 senadores se manifestaram pela perda dos direitos políticos de Dilma, enquanto 36 votaram contra; houve três abstenções.

Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez como presidente em 2010 e tinha sido reeleita em 2014, ambas as vezes tendo Temer como vice em sua chapa. Em maio deste ano, ela foi afastada do cargo quando a maioria dos senadores votou pela abertura do processo de impeachment.

No início da tarde, Dilma afirmou em um duro pronunciamento feito no Palácio do Alvorada, em Brasília, que o impeachment é um "golpe parlamentar" e prometeu fazer forte oposição ao governo Michel Temer. "Eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer", afirmou Dilma.



Fonte : UOL
Foto   : Divulgação Presidência do Brasil