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Número de brasileiros inadimplentes bateu recorde em março

O número de brasileiros com pelo menos uma conta em atraso bateu recorde em março.

A espera é para consultas, renegociações, e, se possível, a eliminação de dívidas que sujam o nome na praça. Dona Rosana não saiu muito animada. Tem duas pendências. Uma delas, de R$ 2.700. E o salário dela, de copeira, é de apenas R$ 1 mil.

“Vou tentar renegociar, porque a gente já não tem nada na vida. Está com o nome sujo, vai fazer o quê? Pelo menos o nome tem que estar limpo, né?”, conta Rosana Souza.

A faixa de renda de Dona Rosana é das que mais concentram brasileiros inadimplentes, segundo o último levantamento da Serasa Experian, que fornece informações sobre crédito. 40,4% desses devedores recebem entre R$ 880 e R$ 1.760, ou dois salários mínimos, e 37,6% ganham menos de um salário. Ou seja, quase 80% dos inadimplentes estão nessas faixas de renda mais baixas, em que a capacidade de renegociar também é menor.

“São pessoas que praticamente vivem daquilo que recebem, não conseguem realizar nenhum tipo de reserva ou poupança financeira e, quando perdem o emprego, quando são atingidas pela inflação, são as que mais sofrem com os problemas de inadimplência”, explica o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Historicamente, a inadimplência tende a crescer mais no primeiro trimestre, pela concentração de despesas e gastos adicionais nessa época. Mas, desta vez, os números surpreenderam: em um trimestre, mais de dois milhões de novos nomes na lista de inadimplentes.

No total, 60 milhões, no fim de março, contra menos de 58 milhões em dezembro. A primeira vez que essa marca foi atingida, desde o início da pesquisa, em 2012.

“Na prática, significa que 40%, 41% para ser mais exato, da população adulta no Brasil está inadimplente. Ou seja, a cada 10 pessoas que você encontra pela rua, em média quatro estão com dívidas vencidas e não pagas. É um recorde histórico em todos os sentidos”, afirma Rabi.

Ivan Teixeira conta que passou os últimos nove anos lutando para se livrar das dívidas. Ele ainda contribuiu para a estatística da inadimplência no trimestre passado, mas hoje estava comemorando o nome limpo.

“Hoje, tranquilo. Recuperando o crédito. Mas não está fácil não”, afirma o professor.



Fonte : JN
Foto   : Internet