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Bom dia com Ariel Villanova - "Eles gostam de sangue, sangue, sangue"

Este "Bom Dia" de hoje, deveria ter sido feito na sexta-feira 13 mas não me veio na cachola. Tenho notado e medido a audiência em nosso site. Percebo que o povo gosta de sangue. Entre uma matéria normal comparada com outra policial, os acessos são absurdamente diferentes. Quando uma matéria normal é colocada é registrado 200 a 300 acessos. Quando é colocado uma boa matéria policial com foto do cadáver ou sangue o gráfico sobe como um raio chegando a quase 5.000 acessos. Por essa razão resolvi fazer esse "Bom Dia" de hoje. 

Não pensem que isso é somente em nosso jornal. Isso existe em todos os veículos de comunicação, e existe horas certas principalmente na TV. Todos sabem que sou um homem de rádio e irão pensar que estou contra a televisão. Não interpretem dessa maneira, não sou contra a televisão, ate estou voltando para uma dela aqui em minha cidade e que o programa será retransmitido online aqui em nosso site.

Mas amigos leitores, se existe uma hora que é marcada com sangue é justamente na televisão, um dos produtos mais consumidos, em todo o Brasil. 
Cá entre nós, com exceção das novelas (brasileiras, mexicanas, venezuelanas, todas com “mocinhos”, “bandidos” e “pobres garotas indefesas”), o que mais prende o brasileiro, na frente de um aparelho de televisão? 
O futebol - está certo, mas só nas quartas-feiras e nos finais de semana, com algumas restrições ainda, pois o “time do coração” precisa estar em campo.

Diariamente, o que ‘pega’ a atenção dos telespectadores brasileiros é o sangue que jorra das tragédias mundiais. Os ‘profissionais de televisão’, obviamente, servem o que chamam “filé”, em apresentações especiais. 
De um lado, é o Datena que grita, esbraveja, enquanto, de outro, o Ratinho chuta mesas e cadeiras, no palco e o Marcelo Resende pedindo pra cortar pra ele(o novos não sabem que ele já foi da Globo). Sem falar nos “seguidores” deles, que não são poucos.

Dificilmente, eu fico diante da televisão, nesta hora marcada pelo sangue. Quando posso, observo os comentários a respeito, no dia seguinte. O que percebo é que a tragédia maior é o efeito que ‘programas de desgraça’ surtem em todos, cidadãos comuns. Principalmente, as mulheres relatam, emocionadas, as “notícias do dia”. Algumas se emocionam tanto, que chegam a chorar (chorar mesmo), enquanto outras roem as unhas. (O ‘sr. Ibope se agiganta.)


Amigo de todos os dias, me atrevo a fazer um pedaço de uma novela agora eu mesmo dirigindo essa cena. 


A imagem de um cotidiano seria:

(uma família comum, brasileira – poucos recursos financeiros, culturais, nem um sonho. Início de noite,câmera 2 pega na porta o ‘pai de família’ retornando, cansado, do trabalho. A mulher já encaminhou os filhos para o banho, depois da escola, e as duas crianças estudam, no chão da sala. No centro da estante, está a ‘poderosa’, a ‘imbatível’, a ‘sempre surpreendente’ televisão ligada – claro.
O homem chega à sala, e a mulher já avisa: (câmera 1 nela)


“Você perdeu dois estupros e um acidente de carro com três mortes”. Ele lamenta, e silencia diante de mais tragédias. Os olhos do casal brilham, com tanto sangue. Quando o apresentador grita, as crianças correm para assistir. Pai e mãe estão ‘concentrados’ na desgraça alheia. A opinião emitida pelo apresentador é completamente absorvida pela família telespectadora, tanto, que os quatro chegam a repetir, sem se aperceberem disso.
Quando o programa acaba (finalmente!)(a câmera principal em cima da família sentada no grande sofá), a morte paira na família. 

Os quatro ficam, no primeiro momento, sem saber o que fazer. A mãe é que toma a iniciativa: troca de canal, obviamente, na tentativa de encontrar algum programa para esquecer aquele acidente terrível e triste. Às vezes, o pai é que tenta um ‘outro canal com noticiário’, sabendo que o que quer mesmo é mais sangue na ‘tela’. 
Os filhos permanecem na ‘torcida’, e sabem que, depois, podem guardar o material escolar, até o dia seguinte. Todos os dias é a mesma coisa.
Após algum tempo de insistência na troca dos canais, num muxoxo, a mulher diz que: 

“daqui a pouco, tem aquela novela da bonitona, que está grávida do bonitão casado, e depois tem um filme policial”. 

Os quatro saem da sala, mas retornam, pouco tempo depois, com seus pratos de comida. Agora, quatro bocas abertas, cheias de comida, se extasiam com a tragédia “inventada, que poderia ser real” – uma realidade que não é a deles, nem nossa.
Ai as letrinhas sobem com a música finalizando mais um capítulo da minha novela. (acho vou me candidatar para diretor de novela, rssss)

O que teimo em pensar é que ‘profissionais sérios’ cuidam de tudo o que é exibido, em cada canal de televisão, no mundo inteiro. Parece que eles têm um alvo, que é justamente a família personagem da minha ‘estória’ ali de cima - a maioria das famílias brasileiras, infelizmente. Até os programas que não são sérios – também esses – são produzidos por ‘caras sérios’. Acredite. Sei que, às vezes, fica difícil crer, mas é sério.


O destino de cada “telespectador padrão” é mapeado, às vezes até com dias, semanas de antecedência. Os ‘caras sérios’ sabem quando o trabalhador assalariado volta para casa, a que horas a mulher chama as vizinhas para uma fofoca, na frente da televisão ligada, e o que mais atrai as crianças, os adolescentes. 


Os ‘caras sérios’ da TV brasileira sabem tudo. E fazem audiência em cima da vitima e do telespectador. 

Os ‘caras sérios’ enchem a televisão de imagens que chocam profundamente (talvez, no intuito de mostrar que a vida dele (telespectador) é uma beleza, diante da desgraça alheia). E tem gente que até se detém, na frente da TV, em pesar e medir essas informações com a própria vida. Enquanto isso os "caras sérios" ganham rios de dinheiro com a desgraça alheia.


E ainda tem apresentador, ao vivo, que pergunta à pobre vítima: 


“Como você está se sentindo?” Se fosse eu a responder, diria: 

“Estou me sentindo uma fraude, como se estivesse mentindo sobre a minha própria desgraça, e vocês nem vão me pagar pelos pontos com o Sr. Ibope vão dar pra vcs”.

Provavelmente, os ‘caras sérios da televisão’ apelariam para o  “comercial, por favor” ou "Corta pra mim".


Bom dia amigos

MOMENTO PARA PENSAR DE HOJE
Muitos se deixam acomodar pelos favores do príncipe, e cada um é amigo daquele que dá presentes. Prov 19:6

MOMENTO PARA REFLETIR DE HOJE COM UMA PARÁBOLA
Parábola : O menino que ganhou presentes invisíveis.


Ariel Villanova
O seu amigo de todos os dias
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