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Bom dia com Ariel Villanova - "Forçar a mulher a fazer algo no carnaval é estupro"

O carnaval é bom. Descontração, liberdade, gente se permitindo ser feliz. Isso tudo é ótimo. Mas tem uma coisa nele que me desagrada mais do que consigo expressar direito: é o sexismo absurdo e palpável que é socialmente aceito o ano inteiro, mas se torna exagerado durante essa época e, por isso, dá mais raiva de presenciar.

Amigos, essa época de carnaval está tão liberal sexualmente que a cervejaria Skol fez uma campanha publicitária incentivando o estupro nessa época. As meninas ficaram "Tiriricas" da vida e mandaram resposta aos publicitários.

A "maravilhosa" Skol decidiu fazer uma campanha de carnaval espalhando frases que induzem a perda do controle. "Topo antes de saber a pergunta" "esqueci o não em casa" são alguns exemplos. Uma campanha totalmente irresponsável, principalmente durante o carnaval que a gente sabe que o índice de estupro sobe pra caramba. Eu e @sugarmila decidimos fazer uma pequena intervenção. Amigos publicitários, vocês precisam ter mais noção e respeito. #feminismo #respeito #estuproNAO

EDIT: Além do "não" para o abuso sexual, é muito importante dizer "NÃO" para drogas, "NÃO" para dirigir bêbado, "NÃO" para sexo sem camisinha.

EDIT 2: Essa intervenção foi feita com fita isolante pois o objetivo não era destruir a infraestrutura do outdoor, só a campanha escrota mesmo.

EDIT 3: Diretor da Ambev me ligou, e disse que  irão fazer uma força tarefa durante a noite pra TIRAR A CAMPANHA DE VEICULAÇÃO. Isso mesmo que vcs estão lendo, a campanha caiu. Minas, essa nós conseguimos! Agora estamos aguardando uma resposta oficial e pública na página deles.


Pri Ferrari
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 · 11 de fevereiro às 12:39 · Instagram ·Editado ·
A "maravilhosa" Skol decidiu fazer uma campanha de carnaval espalhando frases que induzem a perda do controle. "Topo antes de saber a pergunta" "esqueci o não em casa" são alguns exemplos. Uma campanha totalmente irresponsável, principalmente durante o carnaval que a gente sabe que o índice de estupro sobe pra caramba. Eu e @sugarmila decidimos fazer uma pequena intervenção. Amigos publicitários, vocês precisam ter mais noção e respeito. ‪#‎feminismo‬ ‪#‎respeito‬ ‪#‎estuproN...
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Estão vulgarizando as mulheres. Ou será que as mulheres estão vulgarizando elas próprias?.
Dois pontos serão exemplos suficientes, acredito, para estabelecer minha crítica.

E uma festa grande como o carnaval é o suficiente para perceber isso com uma clareza que embrulha o estômago.

“Ah, meu, é carnaval! Ela tá na pista pra negócio!”

Frase absurda, pois a maioria não está na pista pra negocio só por que está no carnaval.

O cara olha pra menina e quer beijar. Ele chega e começa um papinho. Que ela tá linda, que não sei o quê. Constrangida, ela sorri e se afasta, agradecendo. Não está a fim. Achou bonitinho e tudo o mais, só que… não está a fim. Simples assim.

Não pra ele, que chega mais perto e força uma dança que exige cada vez mais flexibilidade da menina: é difícil se manter de pé enquanto se inclina o próprio tronco para trás o máximo possível, afastando-se o tempo todo do rosto daquele cara que insiste em chegar perto, com bafo de cerveja, tentando o beijo e dizendo pra ela parar de besteira, ele só quer um beijo, e ela é tão linda, que mal vai fazer?

O resultado é que, em determinado momento, a menina não consegue mais se inclinar para trás sem cair, nem consegue se afastar porque tem gente demais ao redor. O cara abraça e ela fica virando o rosto contra todas as investidas. Mas o cara não cansa, nunca vai cansar. Ele é mais forte e não vai deixá-la sair até conseguir o que deseja só pra se auto-afirmar ou se mostrar para os amigos que estão ali por perto vendo– continua o mesmo papo e as mesmas tentativas, até que ela, mais uma vez, faz o que não quer: beija o cara pra ele ir embora.

Depois de investir novamente e, quem sabe, passar a mão em algum lugar mais interessante, ele leva um tapa. Ela já deu o beijo, dá pra parar de encher o saco? O cara se afasta, rindo, não sem antes soltar que ela se fazia de difícil, mas que tava adorando, era uma safada mesmo.

"Você é safada e gostou"

Caraca, como isso? ELES ACHAM QUE TODAS SÃO "PIRANHAS"? Algumas estão ali pra isso mesmos pra serem agarradas, mas não são todas meu irmão.

Pode parecer exagero. Mas vocês sabem que é verdade. Acontece o tempo todo. E que escolha tem a menina? O cara é forte e ela não tem pra onde ir. As amigas acham normal, porque o mundo é desse jeito mesmo. Ela beija. Pra se livrar.

Eis aí um sintoma claro de uma doença que atinge o carnaval e nas baladas. Eles acham que a mulher é um objeto que só precisa ser manejado pra cumprir sua função. É um computador, entendeu, com o manuseamento faz o que deve fazer e o que quer.

Olha, não sou o maior conhecedor da temática. Tento saber e respeitar ao máximo, pois só consigo imaginar o que essa cultura faz com as mulheres. Mas ela existe. E o termo não está sendo usado aleatoriamente. Quando um homem acha que tem o direito de parar uma mulher na festa ou carnaval e só deixar ela sair de perto se tiver seu desejo atendido, ele abusa dela. Isso é revelar-se um estuprador em potencial. Cultura do estupro, sim, porque todo mundo achou normal. Ou culpou a mulher pelo que o cara fez. 

“Bom, se vestiu desse jeito é porque queria chamar a atenção, né?” 

A mesma fala seria repetida caso ela tivesse sido violentada num banheiro. Culpa da vadia.

Então, temos o carnaval. Não importa o dia, algo bizarro e inaceitável. E eu fico impressionado que seja preciso argumentar para dizer que é um problema não aceitar a recusa de uma mulher. Que é errado não só fazer, mas também achar normal quem força as mulheres a isso contra a sua vontade. Que é cegueira não achar isso abuso sexual, porque, hey, ela não chorou, não se debateu e nem gritou no meio de um mato escuro.

É comum vermos tirinhas, postagens e textos ressaltando que o “não” de uma mulher quer dizer “não”. Infelizmente, parece que não estão levando a sério essa verdade.

Pessoal: Pelo amor de Deus. Não é possível um negócio desses.

Só falta usar a campanha, parodiando a do DETRAN? Afinal, ainda temos mais um carnaval, e muitos outros pela frente.

Se for farrear, não estupre.

Por isso quero aplaudir a campanha da Prefeitura de Curitiba para o carnaval. O respeito pela mulher correta é verdadeiro. Não são todas que querem "putaria", desculpem a palavra. Mas essa liberdade sexual e essa libertinagem na vida tem que acabar.

Aliás, isso vale pra vida: se for viver, não estupre. Não quer dizer não. Aprendeu otário

Nossa capacidade de ser decente agradece.


Bom carnaval e até quarta-feira

MOMENTO PARA PENSAR DE HOJE
O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.
Provérbios 13:20

MOMENTO PARA REFLETIR DE HOJE
Parábola do pensamento positivo


Ariel Villanova
O seu amigo de todos os dias